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A história de uma mulher que deu a luz e abandonou o bebê recém-nascido num terreno baldio em Cáceres (225 Km a oeste de Cuiabá) foi inventada pela mãe biológica da criança que entregou a criança para um casal de conhecidos, mas sem seguir os trâmites da lei e procedimentos necessários em casos de adoção. É o que mostra a investigação da Polícia Civil que indenticou a mãe e concluiu que ela praticou uma falsa comunicação de crime e falso testemunho.
As investigações foram conduzidas pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher e 1ª Delegacia, ambas de Cáceres. De acordo com a delegada Judá Maali Pinheiro Marcondes, desde o início das investigações a Polícia Civil suspeitava da inconsistência da versão do abandono do bebê, por existir contradições nos depoimentos do casal que teria encontrado a criança, em discordância com oitivas de outras testemunhas.
A versão inicial era de que logo após dar a luz a um menino, uma mulher até então não identificada fugiu deixando o bebê em um terreno baldio, no bairro Espírito Santo e que ainda na madrugada, por volta das 5h30, uma moradora saiu para colocar uma sacola na lixeira e encontrou a criança. Nesta versão, a moradora ainda teria tentado falar com a mãe da criança que por sua vez teria saido correndo. Desta forma, a mulher que encontrou o bebê, um menino de 3,640 quilos, o acolheu e levou ao Hospital São Luiz.
Após diligências e denúncias, que contaram com apoio da sociedade cacerense, a mãe do recém-nascido foi encontrada na terça-feira (16), no bairro Jardim Universitário e ouvida na Delegacia.
Em depoimento emocionado, a mulher de 36 anos, afirmou que não se relacionava bem com o pai da criança e que não queria contar para ele da gravidez. “Ela omitiu essa informação dos familiares. Disse que por possuir outros 5 filhos (3 moram com ela) de relacionamentos anteriores, e estar desempregada, buscou outra família que poderia cuidar do seu fillho”, explica a delegada.
Ela ressaltou que não abandonou o bebê, mas o entregou a conhecidos conforme havia sido anteriormente acordado com o casal que pretendia adotar a criança.
Restou apurado que a mulher passou a noite anterior na residência do casal, e que o trabalho de parto evoluiu na madrugada, culminando com o nascimento da criança na cama dos denunciantes, que inclusive, ajudaram a retirar a placenta.
“Para justificar o aparecimento dessa criança no lar deles, os denunciantes inventaram que acharam a criança abandonada e registraram o boletim. O casal vai responder por falso testemunho, que prestaram declarações na delegacia como testemunhas, e por falsa comunicação de crime”, afirma.
A mãe da criança, segundo Judá, a princípio não cometeu crime. “Ela não abandonou a criança ao expô-la a riscos ou malefícios”. Contudo, o caso segue em investigação pela Polícia Civil. A guarda do bebê será decidida na esfera judicial. (As informações são da assessoria da PJC)
