Da Redação
A artista plástica Nadja Lammel produziu 16 obras de arte, sendo 14 telas e dois painéis de madeira, que misturam técnicas de grafite com estilos culturais tradicionais de Mato Grosso. As obras fazem parte da exposição Naturalis, que ficará aberta ao público até o dia 17 de fevereiro, na Secretaria Estadual de Cultura (SEC).
A mostra pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h. A entrada é gratuita.
Nadja conta que buscou inspiração em temáticas que envolvem a natureza e o universo indígena.
“Nasci em Alta Floresta (a 800 km de Cuiabá), então a Floresta Amazônica me acompanha desde sempre. A partir dai começou meu primeiro contato com o desenho indígena. Sempre trabalhei com questões que permeia a natureza”, contou
Outros trabalhos da artista podem ser vistos em intervenções urbanas em parques e muros da capital.
De acordo com a artista plástica o desenho é um dom que ela carrega desde criança, quando começou a se interessar por arte.
Depois de estudar arquitetura e fazer cursos de arte urbana fora do Brasil, Nadja resolveu trabalhar a arte indígena inserida no contexto urbano, através de diversas técnicas.
Nas telas produzidas para a exposição, ela incluiu características do desenho indígena, regional, mítico e místico, representado por uma pirâmide feita de estrutura metálica também exposta na galeria.
“Trabalhei com colagem, grafite, tinta acrílica e a base de óleo. Além da técnica walsh, que imita as águas escorrendo. Me encantei com as águas das cachoeiras de Chapada dos Guimarães, observei como isso acontecia e apliquei nos quadros”, explicou.
A exposição é um olhar universal, representado através de características de Mato Grosso. Ela buscou a similaridade entre os ancestrais indígenas dos mato-grossenses com outras culturas do mundo, como hindus e egípcios.
Em alguns das obras, a artista plástica incluiu rostos de personalidades, como Rihanna e Bob Marley, representados com características indígenas. Segundo ela, a ideia é demonstrar através de uma brincadeira que todas as pessoas são iguais.
“Represento esses personagens do universo pop com cocares e características indígenas. A ideia é inseri-los no contexto mato-grossense. Tanto a Rihanna quanto o Bob Marley são afrodescendentes com descendência indígena”, disse.
Nadja contou que, em média, demora uma semana para produzir as telas maiores e em torno de um a dois dias para as menores. para os painéis apresentados na exposição a artista demorou de duas a três horas na produção.
“As obras dependem muito do tamanho. Temos quadros e telas com superfícies diferentes, temos canvas, tecidos e placas de compensado naval. Além da mistura de algumas técnicas com espátula, spray e pinceladas”, contou.
A exposição Naturalis tem cenografia e iluminação de Kiko Pacheco e, como assistentes de montagem, Ádia Borges, Alexandre Rodrigues e Manoel Vieira, assistente de iluminação, José Medeiros e apoio de Wall Untar.
Fonte: G1 MT