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4 de maio de 2024 3:18 pm

Candidato ao governo de MT considera escolas militarizadas um retrocesso

Com 22 escolas militarizadas, Mato Grosso é o estado campeão nacional na adoção desse sistema em sua rede pública de ensino
Noiséz Franz (PSol) candidato ao Governo do Estado: "se escolas militares fossem tão boas, teria milhares de escolas militares particulares no páis" (Foto:Arq.Web/Reprodução)

Da Redação

As escolas militares são um retrocesso no sistema de educação pública brasileira. A crítica foi feita pelo candidato do Psol ao Governo do Estado, Moisés Franz, durante entrevista na manhã desta terça-feira, 20, a uma rádio de Cuiabá.

O socialista questionou ainda o fato do sistema militar de educação não ser aplicado em escolas da rede privada, já que seria um modelo melhor que o tradicional civil. “Se ela fosse tão boa [escola militarizada], como dizem, como pregam, como elogiam, teria escola militar particular. Existe escola militar particular em Mato Grosso?”, argumentou Franz.

O candidato psolista disse ainda que o caminho para melhorar a qualidade da educação na rede pública são os investimentos em qualificação dos educadores, melhores salários, infraestrutura adequada e o ensino em tempo integral. “Eu quero uma educação que permita ao aluno desenvolver o pensamento crítico, que ele aprenda a pensar se aquilo é correto ou não. Não queremos alunos que sejam meros repetidores de comportamentos arcaicos, obedientes cegos aos comandos de terceiros, conformados com sua condição social e econômica, subserviente às ordens pré estabelecidas e incapazes de questionarem o que lhes forem impostos”, defendeu Moisés Franz.

O estado de Mato Grosso é um dos campeões nacional na adoção de escolas militarizadas. Atualmente, já são 22 escolas da rede pública que adotaram o sistema. Um novo processo seletivo aberto pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) está em andamento e esse número poderá aumentar caso o atual governador, Mauro Mendes (UB) se reeleja para o cargo.

Para Moisés Franz, o modelo de escolas militarizadas visa impor aos alunos um comportamento de subserviência às hierarquias e torná-los passivos e pouco reflexivos diante dos conteúdos ministrados pelos professores. Moisés explica ser contra, pois nesse sistema, os alunos passam por uma espécie da doutrinação disfarçada de regras disciplinares.

O candidato defende que é necessário educar os jovens para que eles tenham capacidade de autocrítica, autonomia e habilidades cognitivas aprimoradas para discernirem por si mesmos o que lhes é mais conveniente e mais adequado em seus relacionamentos com coletividade, com a sociedade, com o mercado de trabalho e com as próprias autoridades e instituições do Estado.

Segundo Moisés Franz, caso vença as eleições para o Governo do Estado, o projeto de militarização de escolas em Mato Grosso será revisto. “Eu penso que não é saudável e nem justo que obriguem os nossos jovens a serem apenas receptores de informações, incapazes de se questionarem e questionarem o que acontece em seu entorno, ainda mais os jovens da classe operária, da classe mais pobre da sociedade que é quem frequenta as escolas públicas”, argumenta o candidato.

Franz destaca que os alunos de famílias mais ricas já são capacitados para terem pensamento crítico e tem acesso à tecnologia, material e conteúdo de ensino e aprendizagem de qualidade. “Por que o pobre tem apenas que receber informação enquanto que o rico recebe uma educação crítica e autônoma? O cidadão eleitor tem que pensar nesse momento se escola militar é isso tudo que dizem mesmo e se é isso que quer para o filho. Sob meu governo, caso vença as eleições, esse projeto de escola militar será revisto”, pontuou o candidato socialista.

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