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1 de maio de 2024 8:25 pm

“O atual prefeito está levando a Prefeitura de Cuiabá a uma falência”

O vereador Felipe Correa (Cidadania) não poupa críticas ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e mostra que não dará trégua enquanto ele se mantiver no cargo de chefe do Executivo Municipal.
Vereador Felipe Correa (Cidadania) atua na Câmara de Cuiabá como um dos mais aguerridos opositores ao prefeito da capital (Foto:Vitória Sobral/Ascom-CMC)

Da Redação

Atual líder da bancada do Cidadania na Câmara Municipal de Cuiabá, o vereador Fellipe Corrêa vem se sobressaindo como um dos mais atuantes parlamentares e um dos mais duros críticos da administração do prefeito da capital, Emanuel Pinheiro. Aos 35 anos, recebeu 1.147 votos na eleição de 2020, sua terceira tentativa de eleger-se para o parlamento municipal, tornando-se primeiro suplente de seu partido. Ele assumiu como vereador em 2 de fevereiro, após a posse de Diego Guimarães na Assembleia Legislativa. Comunicador e profissional de marketing digital, assessorou o ex-vereador Felipe Wellaton e auxiliou os então vereadores Abilio Brunini, Marcelo Bussiki e os demais vereadores de oposição ao prefeito na legislatura anterior.

Fã de Dante de Oliveira, Fellipe se define como um democrata e defende desde a sua primeira campanha que a Constituição Federal deve ser ensinada nas escolas para capacitar as futuras gerações para o exercício do controle social.

Nesta entrevista o vereador Felipe Correa não poupa críticas ao prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e mostra que não dará trégua enquanto ele se mantiver no cargo de chefe do Executivo Municipal.

O jovem parlamentar expõe ainda seus posicionamentos sobre temas importantes como as CPIs das Águas e da Intervenção na Saúde do município, a polêmica sobre o VLT x BRT e sobre o Plano Diretor da Capital, bem como sobre a administração do atual prefeito cuiabano.

Pergunta – O senhor tem a postura bastante crítica e dura em relação ao prefeito Emanuel Pinheiro. Acha que este é o melhor modo de gerar benefícios para a população cuiabana?

Felipe Correa – Diante do contexto, sim. Já ficou claro que o problema de Cuiabá é o próprio Emanuel Pinheiro: após 6 anos de mandato, 13 operações policiais e 7 novos secretários só na Saúde, nada melhora – na verdade, tudo está piorando muito rápido. Décimo terceiro dos servidores e aposentados sem previsão de pagamento, consignados retidos mas não repassados para bancos e suspensão de exames laboratoriais por inadimplência são alguns exemplos de que o atual prefeito de está levando a Prefeitura de Cuiabá à uma falência múltipla de órgãos, muito além do caos na Saúde. A solução pra Cuiabá é marcar cerrado em cima desse reincidente, ou ao menos é o melhor que a Oposição pode fazer – se houvesse mais consciência da Base, o certo era cassar seu mandato antes da Justiça fazê-lo, até para resguardar a credibilidade da Câmara.

Pergunta – O senhor vê alguma coisa de positiva na gestão municipal? Quais são, no seu entendimento, os pontos negativos?

Felipe Correa – De bom? A publicidade institucional da Prefeitura, ou o prefeito não estaria mais no cargo. (Risos) Quanto aos pontos negativos, repito: há uma falência múltipla de órgãos na atual gestão, e faltaria tempo pra falar de tudo que está crítico – mas o caos na Saúde é indiscutivelmente a questão mais emergencial.

Pergunta –  O que o senhor pensa sobre a questão do modal de transporte coletivo a ser adotado por Cuiabá, VLT como defendo o prefeito, ou BRT, como quer o governador?

Felipe Correa – O cidadão quer uma solução, e após anos desse imbróglio, só torço para que isso ocorra logo, pois ficar nesse impasse é penalizar o usuário do transporte público, que hoje custa uma fortuna e é uma porcaria – inclusive com portas inúteis dos dois lados, decorativas. O prefeito já está em seu segundo mandato e até agora não fez nada além de impedir a solução com o seu “cadáver político”. Vale lembrar que essa obra parada é herança de um governo do qual ele, quando era deputado, foi filmado recebendo propina, segundo o próprio ex-governador. E detalhe que, na época, ele era relator da Comissão de Acompanhamento das Obras da Copa e membro da Comissão de Transportes da Assembleia – mas agora quer brigar para terminar um VLT que não foi finalizado porque ele não cumpriu seu papel quando era parlamentar.

Pergunta –  Qual seria, no entendimento do vereador, a melhor solução para os problemas da saúde pública na capital, a intervenção do estado ou a manutenção da autonomia do município na gerência da área?

Felipe Correa – A saúde nas mãos do prefeito está levando a mortes e sofrimento de quem precisa da saúde pública. O Judiciário determinou a intervenção a pedido do Ministério Público pois, assim como eu, eles não acreditam mais na gestão Emanuel Pinheiro e levam a sério a vida humana. Minha torcida é para que o julgamento retome a intervenção, e que ela funcione.

Pergunta –  Cuiabá é uma cidade em permanente expansão e tem problemas sérios em sua infraestrutura e mobilidade. Não seria hora da Câmara discutir a sério o Plano Diretor da cidade e não apenas a questão do IPTU?

Felipe Correa – O IPTU é um tema importante, mas Plano Diretor de Cuiabá merece uma discussão aprofundada envolvendo a sociedade civil organizada, membros de Conselhos como CREA e CAU, comunidade acadêmica e a administração pública. Mas grande parte dos nossos problemas hoje poderiam estar resolvidos se tivéssemos, por exemplo, reparos na malha asfáltica, abastecimento de água de qualidade nos bairros; são coisas que uma gestão responsável faria.

Pergunta – No momento, há duas CPIs na Câmara, uma sobre a atuação da concessionária do sistema de água e esgoto e outra sobre a intervenção na SMS. O que o senhor pensa sobre estas investigações?

Felipe Correa – A CPI contra a Intervenção foi sobrestada na última sessão, depois que o MPMT encaminhou o pedido à Justiça. Ou seja, antes mesmo da chancela do Judiciário, os vereadores da base tiveram que recuar dessa vergonha. E em relação à investigação dos serviços de água e esgoto, é função do Legislativo fiscalizar, ainda mais se tratando de uma demanda que, unanimidade entre a população cuiabana, exige melhorias.

Pergunta- Qual a avaliação o vereador faz sobre a questão dos cidadãos em situação de rua na capital?

Felipe Correa – São seres humanos com o mesmo valor que eu e você, mas não são tratados assim. É um desafio que se agiganta a cada dia, e precisa ser enfrentado. Não tenho uma solução, mas pretendo me debruçar sobre isso.

Pergunta – Como um dos mais jovens vereadores, quais são os planos políticos do senhor em relação aos próximos anos?

Felipe Correa – O plano é ajudar a população de Cuiabá a ser ouvida nas suas demandas. É ser um vereador atuante e honrar as pessoas que moram nessa cidade. Se, a partir disso, for possível pensar em outros voos, deixo nas mãos de Deus, que sempre guia meus passos. Estou em mãos seguras.

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