Da Redação
Manoel Ventura
Apesar da necessidade de o Brasil reduzir os resíduos sólidos e avançar na economia circular — aquela que não é linear, ou seja, que propõe uma sobrevida para resíduos da produção —, 30% das embalagens no mercado no país não são recicladas, como plásticos metalizados.
A não reciclagem faz o lixo ser descartado, com demora na decomposição e os efeitos químicos e biológicos no ecossistema. “Um dos principais pontos quando falamos da transição para uma economia circular é a necessidade de um trabalho conjunto entre toda a cadeia de valor: administradores públicos, gestores de resíduos, instituições, indústria e consumidores”, afirma Beatriz Luz, CEO da Exchange 4 Change Brasil.
Segundo Beatriz, essa é uma tendência global dos ecossistemas de impacto, os novos formatos de governança e colaboração para elaborar projetos em escala e garantir a cadeia reversa dos materiais.
“A economia circular deve ser parte de uma agenda estratégica nacional para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e contribuir com uma economia de baixo carbono”, afirma.
A cada ano, o Brasil produz cerca de 80 milhões de toneladas de lixo. Um terço desse volume vai parar nos lixões a céu aberto ou nos aterros sanitários espalhados pelo país. Do total, cerca de 90% dos resíduos descartados inadequadamente poderiam ser reaproveitados. Porém, por falta de políticas públicas e coleta seletiva, o país reutiliza menos de 4% desse total, segundo dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
Além de prejudicar o meio ambiente, perde-se oportunidades de emprego e renda com a falta de reciclagem. A transição para a Economia Circular representa uma oportunidade de crescimento global de US$ 4,5 trilhões até 2030, de acordo com dados da Abrelpe.
Esse assunto vai estar em discussão na Semana de Inovação 2022, que será realizada entre os dias 8 e 10 de agosto, organizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap).
Em formato híbrido (presencial e online), o encontro contará com atividades em Brasília, no Rio de Janeiro e Recife. No evento, Beatriz Luz debaterá o papel do gestor público na transição para a economia circular no Brasil.