Da Redação
A execução de penhora da Fazenda Vianmacel, localizada em Nova Maringá, teve seu processo suspenso no último dia 20 de julho por decisão da desembargadora Antônia Siqueira, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. A fazenda, perntecente inicialmente ao Grupo Cella, do produtor rural Milton Cella, atualmente pertence ao Banco BTG Pactual.
O produtor rural Milton Cella foi acionado na Justiça pela Safras Armazéns Gerais Ltda na primeira instância. A empresa afirma que o produtor lhe deve 180 mil sacas de milho que deveriam ter sido entregues em 1º de junho de 2021 por R$ 27,05 por saca, o que daria R$ 4,8 milhões.
Esta dívida levou o juiz Valter Fabricio Simioni da Silva, titular da 3ª Vara Cível de Sorriso, a conceder a penhora dos direitos de Milton e do Grupo Cella, que é composto por membros da família Cella, sobre a fazenda, nomeando a Safras Armazéns como administradora e depositária da fazenda.
No entanto, Milton Cella já não possui direitos sobre a referida fazenda, uma vez que a mesma foi adquirida pelo Banco BTG Pactual, que pagou cerca de R$81 milhões pela propriedade. Atualmente, Milton Cella é apenas arrendatário da propriedade, com contrato válido por 10 anos, e pelo qual ele paga uma mensalidade de R$742,5 mil ao BTG Pactual.
Diante do fato, a desembargadora Antônia Siqueira, determinou a suspensão da ação de penhora em primeira instância, baseada ainda no fato de que o Grupo Cella encontra-se em processo de recuperação judicial. A medida suspensiva valerá até que haja o julgamento de mérito do agravo interno movido pelo BTG Pactual.
O pedido de recuperação judicial do Grupo Cella foi feito em função das dívidas acumuladas que somam mais de R$ 327,6 milhões. A crise levou Milton Cella a abrir mão da Fazenda Vianmacel.
A compra da fazenda pelo BTG foi fechada em agosto de 2021, antes, portanto, de Milton Cella entrar em recuperação judicial, o que aconteceu em junho deste ano.
O produtor vendeu a fazenda para o banco por meio do fundo de investimento BTG Pactual Terras Agrícolas. A negociação da fazenda de um grupo em recuperação judicial vem afetando, inclusive, a cotação de ações da BTG Pactual Terras Agrícolas na bolsa de valores. Depois de um pico em 21 de junho, as ações começaram a cair atingindo uma queda de 17,35% na segunda segunda-feira, dia 01 de agosto.
