Da Redação
O promotor de Justiça André Luiz Almeida foi designado para comandar o procedimento que irá investigar um vídeo apócrifo cujo áudio é atribuído ao suplente a deputado estadual Jajah Neves (PSDB). Na gravação, o parlamentar afirma que “devolve” parte da verba indenizatória da qual os membros da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (AL-MT) tem direito, no valor de R$ 65 mil por mês, ao titular do cargo, o secretário de Estado de Cidades (Secid-MT), Wilson Santos (PSDB).
Uma fonte confirmou ao FOLHAMAX que o primeiro a prestar o depoimento será um jornalista, que trabalhava na equipe do programa apresentado por Jajah Neves. Ele é apontado como autor do áudio em que o suplente de deputado faz as “revelações bombásticas”.
Segundo as informações iniciais, ele era muito próximo a Jajah Neves até ser demitido. O áudio foi gravado quando ele cobrava uma dívida trabalhista do tucano.
Jajah Neves e Wilson Santos também serão intimados para serem ouvidos pelo membro do Ministério Público Estadual (MP-MT). Os primeiros andamentos do procedimento ocorrerão ainda nesta quarta-feira.
Caso o procedimento encontre as irregularidades apontadas pelo suplente a deputado estadual – que além da suposta devolução ilegal da verba indenizatória também afirma que “sustenta” a TV Mato Grosso, onde tem um programa, com dinheiro público -, Mauro Zaque pode oferecer uma denúncia à Justiça.
O vídeo com a denúncia de Jajah circulou nas redes sociais na tarde da última quinta-feira (11). Num dos trechos da gravação, que é narrada pelo serviço de voz feminina disponibilizada pelo, Neves teria dito que 'sustenta' a TV Mato Grosso, onde apresenta um programa, com dinheiro público.
Num outro ponto, o suplente, que ocupa temporariamente a vaga do deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que tirou licença para chefiar a Secretaria de Estado de Cidades (Secid-MT), disse que repassa a verba indenizatória – onde o parlamentar é ressarcido por despesas com combustíveis, aluguel de imóveis, locação de veículos etc -, no valor de R$ 65 mil, ao próprio Santos, que segundo ele, “liga três dias antes dela cair”. Ele também reclamou que apesar de ser suplente “não conseguiu meter nenhuma nomeação”.
Nem mesmo o irmão do suplente, o vereador de Várzea Grande, na região metropolitana, Ademar Jajah (PSDB), escapou da ‘língua ferina’ de Jajah Neves, que disse que apesar de resolver a “vida” do parente, ajudando-o em sua campanha a Câmara Municipal de VG, ele ainda esta devendo até o “c*”, que sua eleição “lhe deu prejuízo” e que saiu “queimado” do processo – em referência ao caso dos “santinhos” utilizados por Ademar em sua campanha, mas que tinham a imagem do suplente. Um processo tramita no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT) que pode decretar a inelegibilidade do parlamentar estadual.
O secretário Wilson Santos garantiu que não recebe a verba indenizatória do suplente. Ele diz que assinou documento garantindo que o benefício é utilizado pelo atual detentor da cadeira.
Jajah Neves se pronunciou apenas nesta terça-feira por meio de uma nota de esclarecimento. O tucano considerou o vídeo como “pirata” e garantiu que não repassa a verba para o secretário de Cidades.
Fonte: Folhamax